quinta-feira, 26 de novembro de 2015

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Somente por hoje

Escolhi, ao menos por hoje, não olhar para trás, não sofrer pelo que foi ou pelo que não chegou a ser. Decidi olhar para você e dizer: "faça o que quizer, pense o que achar que deve!". Optei, por hoje, não me prender ao certo ou ao errado. Acordei tomada de uma rebeldia que ao invés de me mostrar o cárcere como consequência de meus atos, embeleza meu caminho com pétalas ao chão, como tapete a esperar ansiosamente o toque de meus pés. Hoje, apenas hoje, não quero ninguém a me dizer o que devo ou não fazer, como me comportar, cruzar as pernas ao sentar, sorrir sempre, mostrar educação, comer adequadamente com talheres. Somente por hoje quero rir alto, sentar sem me preocupar com a postura,  falar um PQP! Sim, preciso somente por hoje, agir de forma profana, sem coerência, sem concordâncias.... Somente por hoje..... Amanhã serei apenas uma velhinha sentada em uma cadeira de balanço em uma varanda florida com um riso contido no canto da boca lembrando somente de hoje...

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Sim!

E tudo que eu mais queria era escutar seus passos de volta pra mim, olhar nos seus olhos e dizer-te "sim" mesmo sem ouvir seu pedido de desculpas.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Buscas

Jamais conseguiria falar tão profundamente de solidão se nunca tivesse compartilhado a alegria de sua companhia. Hoje em seu lugar são apenas lembranças, sorrisos revertidos em lágrimas, olhares que buscam no horizonte o que se perdeu por uma força maior à da minha vontade. Por uma força que parece nunca ter experimentado o amor.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Histórias

"Os carros vem e vão e no interior de cada um segue uma história envolta em ferro, borracha e vidro. Olhando de longe, o conteúdo parece o mesmo, mas cada estrutura metálica é portadora de uma dor, uma alegria, algo que marcou sua vida de tal maneira a influenciar no compasso das marchas que choram ao peso do pé no acelerador. Pressa? Raiva? Desespero? Muitos sentimentos guardados em porta jóias móveis, que vão e vem, passam por nós e assim nunca saberemos os motivos de seus destinos ou de suas partidas... É a vida que segue, que não para, movimentando o morto que ainda povoa o mundo dos vivos por insistir que merece uma segunda chance...

Amanhã talvez


quarta-feira, 4 de novembro de 2015

O Grande dia


Esta chegando o grande dia! Grande pela imensidão da sua dor, dia porque... Nem sei... Para mim é noite... Não tem sol, e as estrelas se escondem atrás das nuvens carregadas de lágrimas que logo logo jorrarão. Vinte anos traduzidos em dor parecem 2 minutos após seu último suspiro. Ando pensando no que realmente começou a incomodar-me, se tudo já estava controladamente calmo... Estava? O fato é que eu esperava revê-la em breve e esse breve já duram duas décadas... Acho que estou acometida do mal da impaciência. Mas quem pode cobrar-me calma se a mantive durante tanto tempo? Quero me dar o direito de me desesperar, bagunçar meus cabelos e gritar "CHEGA". Mas não posso. Mas não devo. mas não sei como fazer... Gosto das reticências... Elas dão a vaga ideia de continuação. O problema é que me perdi do trecho da vida em que cabe o prosseguimento das palavras... Me perdi de você... Me perdi de mim...


sábado, 29 de dezembro de 2012

Saudade

O dia hoje está chuvoso igualmente ao meu olhar... Saudade é doença sem causa e sem tratamento, e os sintomas são dor no peito, falta de ar e choro excessivo e compulsivo.
Estou doente de saudade. Doença que não tem tratamento eficaz, só paliativo, o tempo. Estou doente sim, de doença que não mata e eu não sei até que ponto isso é bom ou ruim, só sei que dói, talvez eu tome uma morfina, talvez não resolva...
Estou doente de uma doença que a medicina desconhece, e isso chega a ser assustador, pois assim me torno uma doente crônica.
A chuva ainda cai, e minhas lágrimas estão represadas nos meus olhos. Minhas bochechas estão avermelhadas, acho que pela força que elas fazem para não se molharem...
Empenharia minha casa hoje para comprar uma máquina que me fizesse voltar ao tempo lá no passado onde estão guardados meus sorrisos mais sinceros e inocentes.
Hoje eu queria colo, o mais aconchegante, o colo de mãe. Não sei explicar o que acontece, mais a verdade é que por mais que o tempo passe, parece que não passou.
Sinto falta de coisas bobas, de carinhos na hora de dormir, de "maria-chiquinha" nos cabelos na hora que acordar...
Falta da puxada na orelha depois de um mau feito, da bronca escondida do pai, porque só isso bastava.
Também sinto falta dos seus dedos por entre meus cabelos, tirando piolhos até que eu durmia deitada no seu colo.
Coisas bobas que não tenho mais. Coisas bobas que jamais vou esquecer. Coisas bobas que queria ter de novo...
Viver de lembranças não acalmam o coração em dias chuvosos. Dias chuvosos ficam tristes demais só com lembranças...
Queria ter febre, e queria dipirona e ficar embrulhada da cabeça aos pés até suar para ver a "febre sair"...
Não sei como funciona, mais a morte deveria ser menos cruel. Deveria deixar seus prisioneiros ter induto de natal... O natal é tempo de está com quem se ama, ano novo é tempo de jogar tudo que não serve fora, e guardar tudo que você não consegui viver sem... Queria jogar a tristeza que sinto por não ter mais você. Mas quero guardar as lembranças dos nossos momentos. O problema é que um esta ligado ao outro.
Tenho que optar por ficar com você tristeza. Não posso jogar fora minhas lembranças. Lembranças que doem justamente por serem boas demais...
Fico com o que guardo no coração. No lugar mais seguro que tenho. No lugar que guardo meus tesouros. Espero um dia me livrar das tristezas, mais das lembranças não. Essas vão comigo até o dia em que eu te encontrar novamente ai não precisarei mais delas...  

sábado, 1 de dezembro de 2012

Bagagem desnecessária

Estive algum tempo parada é verdade... Motivos tenho vários, que justificam eu já não sei, mas não pretendo dedilha-los. Prefiro voltar assim, sem pressa nem desculpas, só chegar e não pensar em ir embora. Tenho vivido experiências novas, tenho passado por situações bem engrandecedoras e acho que foi bom, foi muito bom...
Do inicio dos meus texto até aqui, muita coisa mudou. Falo de prioridades, de crenças, de amores. Descobri que até então carreguei bagagens que somente pesaram e mais nada. Também entendi que eu de valente só tinha a aparência e que mostrar os dentes e rosnar é coisa de animal e não de gente.
Decidi pela leveza no falar, no aprender, no explicar... Mais no sentir, ainda continuo intensa. Sempre pensei que não conseguiria nunca enfrentar certas situações e quebrar certas barreiras. Sempre me imaginei imutável, idealista, convicta. Mudei, descobri que o ideal é o que dá para fazer e me convenci de que não tenho certeza de nada!
Nossa quanto tempo passei com aquelas malas que se estivessem vazias consiguiriam me ajudar ainda mais. Só que estavam cheias de coisas inúties, sentimentos pesados e sem utilidades, que me atrasaram a viajem que me leva ao Santissímo e que agora decide: Não quero mais...
Priorizo hoje a vida, a felicidade simples, nem maiores explicações. A expressão "Por que?" deveria ser menos usada, e não rodear nossa vida como forma de necessidade. Não importa por que foi, porque ficou, por que amar, por que insistir, por que por que, por que... Quero é ser feliz! Ter razão ficou para advogado em plenário de julgamento.
Viver é sentir que Deus está com você sem reservar. É saber que Ele também é leve, também é caridoso, paciente, amoroso... enfim tudo que eu acreditava que não era! Pensava que Ele era assim vingativo, pesado, impiedoso com quem o desobedecesse. É até engraçado pensar assim, logo eu que sempre tive uma vida boa, será mesmo que merecia esse privilégio ou na verdade contava com a peidade do Meu Deus?
Só sei que agora o que importa de verdade não são os requisitos para ser aceito ou o que dita a revista tal, a emissora tal. O que realmente vale a pena esta bem mais perto do que imaginamos. O que preciso para ser feliz? Orar como se tudo dependesse apenas de Deus e trabalhar como se tudo dependesse apenas de mim... Fico por aqui, apenas fico...

sexta-feira, 13 de maio de 2011

A missão da maternidade

O Bispo de La Serena, Chile, Dom Ramon Angel Jara, teve oportunidade de escrever um texto muito poético que diz: Uma simples mulher existe que, pela imensidão de seu amor, tem um pouco de Deus.
Pela constância de sua dedicação, tem muito de anjo. Que, sendo moça, pensa como uma anciã e, sendo velha, age com as forças todas da juventude.
Quando ignorante, melhor que qualquer sábio desvenda os segredos da vida.
Quando sábia, assume a simplicidade das crianças. Pobre, sabe enriquecer-se com a felicidade dos que ama. Rica, sabe empobrecer-se para que seu coração não sangre ferido pelos ingratos.
Forte, estremece ao choro de uma criancinha. Fraca, se revela com a bravura dos leões.
Viva, não lhe sabemos dar valor porque à sua sombra todas as dores se apagam.
Morta, tudo o que somos e tudo o que temos daríamos para vê-la de novo, e dela receber um aperto de seus braços, uma palavra de seus lábios.
Não exijam de mim que diga o nome dessa mulher, se não quiserem que ensope de lágrimas esse álbum. Porque eu a vi passar no meu caminho.
Quando crescerem seus filhos, leiam para eles esta página. Eles lhes cobrirão de beijos a fronte. Digam-lhes que um pobre viandante, em troca da suntuosa hospedagem recebida, aqui deixou para todos o retrato de sua própria mãe.
Na atualidade, a mulher assumiu muitos papéis. Lançou-se no mundo e se transformou na operária, juíza, cientista, professora, militar, policial, secretária, empresária, presidente, general e tudo o mais que, no passado, era privilégio do homem.
A mulher se tornou em verdade uma super-mulher que, além dos afazeres domésticos, conquistou o seu espaço no mercado de trabalho.
Naturalmente, não para competir com o homem, mas para somar com ele, pois dos esforços de ambos resulta o sustento e o bem-estar da família.
A rainha do lar se transformou na mulher que atua e decide na sociedade.
Das quatro paredes do lar para o palco do mundo. Contudo, essa mulher senadora, escriturária, deputada, médica, administradora de empresa não perdeu a ternura.
Ela prossegue a acolher em seu ninho afetivo o esposo e os filhos.
Equilibrada e consciente, ela brilha no mundo e norteia o lar. Embora interprete muitos papéis, ela não esqueceu do seu mais importante papel: o de ser mãe.

* * *

Dentre todas as mulheres que se projetaram no mundo, realizando grandes feitos, a nossa lembrança recua no tempo buscando uma mulher especial.
A história não lhe registra grandes discursos, mas o Evangelho lhe aponta gestos e palavras que valem muito mais.
Mãe de um filho que revolucionou a História, manteve-se firme na adversidade, na dor, exemplificando o que Ele ensinara.
Não deixou testamento, riquezas ou haveres mas legou à Humanidade a excelente lição da mulher que gera o filho, alimenta-O e O entrega ao mundo para servir ao mundo.

Seu nome era Maria... Maria de Nazaré.



Redação do Momento Espírita, com base no artigo Um poético e autêntico retrato de uma genitora – nossa homenagem à toda mulher-mãe, do jornal Correio fraterno do ABC, de maio de 2000 e no texto Retrato de mãe, de Dom Ramon Angel Jara, Bispo de La Serena, Chile, tradução de Guilherme de Almeida.

Em 29.04.2011.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Igualdade que segrega

Muitas pessoas costumam dizer que política, religião e futebol são assuntos que não cabem discussões, pois cada tem que viver de acordo com seus conceitos sobre tais questões. No entanto convido você a fazer  uma reflexão não sobre nossos conceitos, mas sobre a forma que devemos agir diante do conceitos das outras pessoas.
Nesse texto quero abordar o assunto religião, o qual talvez seja o tema mais polémico a ser tratado. Porém não venho aqui fazer apologia a nenhuma religião, nem seita, somente quero entender como em um país tão democrático e inteligente alguns grupos com mentes tão pequenas teimam em usar de sua crença para levantar verdadeiras guerras que trazem como ponteiro a bandeira da intolerância pintada com letras sagradas.
Já tive oportunidade de frequentar algumas igrejas de religiões distintas e sempre me preocupei em como absorver tudo que lá era dito por quem presidia as celebrações. O que pude constatá a primeiro momento é que em todas elas se falava de Deus, único e soberano, o que causou-me tranquilidade inicial. É claro que disso eu já sabia, mas não deixava de ser uma situação nova em muitas das vezes.
Bem o que quero colocar é que apesar da tão pregada harmonia entre as religiões, onde os encontros ecuménicos mostram cenas de fraternidade entre os lideres religiosos, na realidade isso é um pouco diferente. A visão que tenho, na minha exclusiva opinião, é que as religiões estão sendo transformadas em verdadeiros partidos políticos onde a concorrência por fiéis aumenta a cada igreja que é inaugurada. Quando participo de alguma dessas celebrações escuto coisas do tipo: Vocês não podem acreditar no que religião tal fala, pois nós é que estamos com a verdade!. Ora e a palavra usada não é a mesma?
Um certa vez fui a uma igreja e no decorrer da pregação surgiu o tema crença. O pregador da ocasião falava sobre determinada novela que passava na época e que relatava sobre os costumes e tradições da Índia. Bem a globalização das informações nos permite saber como vivem povos que moram em lugares distintos e distantes, então é possível sabermos que para os indianos a vaca é um animal sagrado. Quando ela chega em casas e comércios é motivo de festa para os donos que encaram isso como sinal de prosperidade e divindade.
Como já falava anteriormente esse homem que julgava saber muito mais do que sua fé podia lhe mostrar começou a contar sobre "a imbecilidade" das pessoas que corriam atrás de um animal para adorá-lo. Fiquei ouvindo aquele homem falar e me perguntando sobre o sentido de está dentro de uma igreja sendo estigada a menosprezar alguém só por não concordar com o que ele acredita!
Aquilo me levou a refletir sobre a cena de um grupo de pessoas com bíblias nas mãos em volta de um ser humano rindo de tudo aquilo que ele acreditava ser. Uma lágrima correu no meu rosto. Como podemos ser tão cruéis só por nos sentirmos superiores e donos da verdade? Não. Não podemos. Não devemos.
Em outro momento e também em outra igreja ouvi outro "dono da verdade" discorrer sobre como devemos reagir ao encontrarmos um espírita ou homossexual. Ali, com propriedade, ele relatava vários textos bíblicos, capítulos, versículos que explicavam o porquê não deveríamos conviver com pessoas assim. Ele tinha exatamente tudo na mente. Cada parte da bíblia de Gêneses ao Apocalipse e seguiu por esse raciocínio esquecendo-se apenas de passar pela parte em que o Grande Cristo falou: "Amai ao próximo como a ti mesmo". E ainda por outra que pedia: "Não julgues para não ser julgado".
Nesse momento percebi que igreja não é uma construção somente, nem tão pouco um conjunto de pessoas com idéias iguais. Igreja é o lugar onde aprendemos juntos a amar o próximo com todas as suas diferenças, por que diante da cruz com o Cristo nela pregado somos exatamente todos iguais. Seu amor não distinguiu idade, sexo, cor, certezas e nem incertezas. Recordo-me agora de uma música cujo interprete é Pe. Fábio de Melo, que fala de nossa certeza com relação ao que é certo ou errado, a quem é justo e quem é pecador. Ela contem frases assim: "Eu fico tentando compreender o que os Teus olhos pôde ver...", "Sou humano demais pra compreender, humano demais pra entender, Este jeito que escolheste de amar quem não merece...", "Que aqueles que escolheste e tomas pela mão,  Geralmente eu não os quero do meu lado..."
Como disse não farei apologia a nenhuma religião e por esse motivo não revelarei a igreja que frequento, mas posso garantir que ela foi citado em algum das situações que relatei. No entanto procurei não reagir como ensinado que era manter longe quem pensa parcialmente ou totalmente diferente de mim, pois também ouvi palavras sábias das mesmas pessoas que outrora não concordei, uma delas disse que eu poderia me decepciona com todo mundo em minha volta, porém jamais isso aconteceria com Deus.
Isso me deu tranquilidade para continuar onde estou pois se discordo da discriminação, como poderia discriminar de quem discorda de mim? Nada pode se sobressair a vontade comum de adorar a Deus sobre todas as coisas. Se pensarmos bem somos diferentes até de nossos pais que nos transformaram no que somos. Temos que entender que não podemos usar do espaço destinado a falar de Deus para evidenciar as diferenças de forma errônia. Se estigarmos as pessoas a se odiarem por suas diferenças aonde ficará o ensinamento de amor e de entregar do sacrifício de Jesus?
Com tudo isso que relatei quero mostrar que independente da religião nós podemos sim conviver em paz com nossos irmãos e que guerras ainda se arrastam durante anos, massacrando inocentes em nome de Deus. Isso é correto? Você pode dizer que está completamente correto? E pode dizer que o outro está errado? Onde Deus escreveu que o católico ou o protestante ou o espírita ou qualquer outra religião está certa ou errada? Quem pode afirmar que já está no reino dos céus? A soberba pode cegar...
Se a diferença é inconcebível não teria sido criada por Deus. Se o livre arbítrio não devesse ser usado não existiria. O amor de Deus deve ser sempre soberano e seus ensinamentos devem servir de estímulos para fazer o bem, não o mal.  Segregar deve ser ação do passado, onde a possibilidade de acesso ao conhecimento era difícil.
Termino esse ponto de vista, digo ponto de vista por considerar que ninguém é obrigado a concordar com minhas idéias, defendendo o direito a todo e qualquer ser humano a se expressar de forma livre, sem estar sujeito a ser discriminado nem tão pouco humilhado por escolher ser como realmente é. Que o mundo tenha mais tolerância e que as pessoas passem a seguir o principal ensinamento que resumo todas as mais de mil páginas escritas na bíblia: Amei ao teu próximo como a ti mesmo!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Presente de Deus

Durante algum tempo em minha vida éramos apenas quatro componentes de uma família, meu pai, minha mãe, meu irmão e eu. Após a morte de minha mãe comecei a questionar-me sobre assuntos que começavam a alcançar-me sem minha permissão previa, como por exemplo questões práticas femininas e também sobre casa, e demais coisas que eu como precoce atual dona de casa deveria aprender, pois agora eu era a única "mulher".
A primeira coisa que sentimos em um recomeço é medo. Medo do novo, do desconhecido e de tudo aquilo que julgamos pesados demais para carregar. Nós sempre fomos muito família, porém pelo então génio difícil de meu pai, nós éramos crianças criadas meio "isoladas" dos primos e demais agregados. Porém apesar dessa "impenetrável" casca dura que meu pai usava para impor-nos respeito, uma frágil flor conseguia romper tamanha barreira e alegrar nossos dias com sua contagiante alegria, minha prima Anne.
Eu poderia aqui contar sobre quanto ainda hoje ela é guerreira com a vida e com os que ousam interromper-lhe o caminho, mas quem a conhece tem certeza de sua força e quem não a conhece duvidaria que no mundo existisse ser humano tão extraordinário assim. Um vez li em um livro do Pe. Fábio de Melo e de Gabriel Challita, sobre o significado do ordinário e do extraordinário no cotidiano de nossas vidas. Eles falavam de como o ordinário, que nada mais é do que toda a rotina que vivemos, acordar, tomar banho, trabalhar, etc., pode tornasse extraordinário quando deixamos de agir por mecanismos pré-programados. Coloco isso para ilustrar como a Anne tem esse poder transformador de tornar o ordinário super extraordinário!
A Anne é uma pessoa que convive com inúmeros problemas de saúde, e por muitas vezes acompanhei suas internações que parecia não ter mais fim. Se fomos analisar friamente o cotidiano de uma paciente internada, perceberemos que sua rotina se resume em tomar medicamentos, ficar deitada o dia inteiro, receber o médico, enfermeiras e tudo mais que faz parte da vida em um hospital. No entanto com Anne essa regra a ser seguida na maioria das vezes era quebrada.
Recordo-me de uma vez quando nos internamos (digo nos, pois eu literalmente me internava com ela), no primeiro andar do hospital e durante o dia nos comportávamos normalmente, porém durante a noite, íamos as duas de branco pelo corredor escuro até uma janela que dava de frente para uma casa que tinha um vigia e de lá ascenavamos para ele na intenção de assustá-lo, fazendo ele pensar que éramos duas assombrações! Nossa quanto medo ele passou!
E assim nós vencíamos mais um longo período de privações, agulhas, noites em claro, exames diários e tudo que a Anne já tira de letra. Também recordo que quando fiquei órfã e ela me "adotou", fazia mais ou menos um ano que ela havia casado, e vou falar, casou com um cara que mais parece um anjo (não por que ele tenha olhos verdes e cabelos loiros e cacheados), mas por ser um homem maravilhoso, que até hoje cuida dela como um verdadeiro anjo da guarda. Acho que nunca vou me perdoar com que fazia com aquele homem "santo". Eu tinha pânico de dormir no escuro e sozinha, e fins de semana eu dormia na casa deles. Imaginem que na hora de dormir eu até tentava ficar na minha na sala mas quando tudo silenciava minha gente eu pegava meu cobertor entrava no quarto e, acreditem se puderem, eu mandava ele abrir espaço e caia na cama. E assim dormíamos nós três unidos pela força do medo! Do meu medo!
Bem como falei conviver com a Anne é realmente algo extraordinário. A força que ela tem vai contra as leis da natureza e além das de sobrevivência. A minha vida passou por um momento de transição muito difícil e devo reconhecer que sem ela em minha vida eu sobreviveria, mas nem de longe eu aprenderia tudo que aprendi com essa mulher igualmente "santa".
Digo "santa" porque todo aquele que vive para amar e respeitar o próximo como ela ama e assim me ensinou, é um ser iluminado por Deus. Confesso que quando me veio a cabeça escrever  sobre a Anne, páginas e páginas encheram-se em minha mente que logo desenrolou inúmeros acontecimentos por nós vividas, as noites que saíamos juntas, que fazíamos farra na piscina, que tínhamos que empurrar o fusquinha no meio da rua para que ele pegasse... Nossa são tantas coisas boas e alegres vividas na inocência de duas vidas ligadas inicialmente pelos laços de sangue e concretamente firmadas na dor de uma perca que culminou no nascimento de um amor de uma irmandade inabalável.
Quando penso na Anne logo me vêem momentos de felicidade e onde a tristeza era coisa de poeta. E de poeta pessimista! Tê-la como irmã, por que é isso que somos, é um presente de valor inestimável que Papai do Céu me deu, tê-la como amiga é a honra de ter recebido um prémio Nobel da Paz ( e olha que nunca recebi um, AINDA!), tê-la como parte de minha família é entender que Deus me ama muito e quiz o melhor para minha vida, tê-la em minha casa é uma novidade porque ela quase nunca vem aqui! Anne você ilumina minha vida, me mostra quão é importante sermos pessoas de bem e comprometidas com o bem.
Você me ensinou que ser bom não tem nada a ver com não fazer nada de errado, mas sim fazer tudo que é certo porque sermos nós mesmo não basta, temos que ser sempre pessoas melhores. Você me ensinou que na vida precisamos ter coragem, que ter medo não nos diminui mas também não deve nos paralisar. Você me ensinou que pai e mãe são criaturas sagradas e que as vezes podemos discordar, mas nunca devemos abandoná-los pois nossas origens estão ali impressas e nunca devemos nos esquecer de onde viemos. Você me ensinou que ser feliz a dois é bom e é necessário e que isso não segrega os demais e sim aumenta as fontes de amores. Você me ensinou muita coisa que aqui não conseguiaria elencar, todavia não conseguiria expressar de forma objetiva neste espaço apenas. 
Termino esse singelo relato chegando a um conclusão orgulhosa: sou uma privilegiada. Aposto que encontraria muitos outros igualmente assim se considerarmos a lista de amigos e admiradores que a Anne possui. Posso dizer que nem em um livro de numerosas páginas não conseguiria desenvolver um texto a altura de minha homenageada. E como é difícil encerrar a escrita sobre alguém cuja grandiosidade supera qualquer obra feita pelo homem. Porém isso eu consigo explicar. Você é uma obra feita por Deus e nenhum homem no auge de sua inteligência conseguiria reproduzir tamanha jóia. E assim encerro falando que te amo muito dizendo apenas OBRIGADA POR TUDO! 

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Vida Real - Final

Chega a ser engraçado quando penso hoje no que passou na minha cabeça naquele dia ensolarado de sábado à tarde. Sempre ouvir dizer, no auge de minha inocência de criança, que quando uma pessoa boa morria necessariamente chovia, pelo menos tinha sido assim no velório de minha avó, meu tio e de alguns poucos conhecidos que minha curta experiência de vida já tinha contemplado. 
Bem como citei no momento em que minha tia anunciava que havia chegado a hora, o sol mostrava-se radiante e como em um último suspiro de esperança lembrei-me do que a crendice popular me contara desde de cedo e com os olhos fechados torci pela última vez que minha tia estivesse equivocada...
Eu não a admiraria menos por isso, mas com certeza meu coração iria pular dentro do peito na certeza de que eu não ficaria sem minha princesa, que durante tanto tempo eu havia cuidado com verdadeiro carinho de mãe, misturando assim os papéis em uma simbiose de amor sem perceber quem nascerá primeiro, importando apenas que uma era parte da outra e isso mantinha esse amor vivo, mesmo diante dos prognósticos de morte.
E assim aconteceu, peguei uma vela e pedi sua benção pela última vez. Ela não respondeu verbalmente, pois não falava mais, e juntamente com meu pai e meu irmão observei sua passagem que parecia não doer, e acho que não doeu pelo menos nela, por que em mim instalava-se uma sensação de desespero que vinha de dentro para fora rasgando meu coração em uma dor que me entalava a garganta e me dava uma sensação de sufocamento.
Naquele momento não sentia minha pernas, e parecia que aquela realidade estava cada vez mais distante. De repente me lembrei das palavras de minha tia "só chora quando a tia chorar", e tentei em um esforço sobre humano me recompor respirando fundo e segurando na mão de minha mãe que estava tão perto de mim porém, afastando-se a uma distância inalcançável: a morte.
Como disse no começo sempre tive uma visão espírita da morte, onde tudo não passa de uma transformação na forma de vida, porém adequar isso a realidade do momento da perda, sabendo separar a dor racional da irracional é praticamente impossível em momentos como este onde o que está em jogo é alguém que você ama profundamente.
E assim ela se foi, do jeito que ela queria, com a família reunida ao seu redor. E assim nós a vimos partir reunidos e compenetrados em nossa dor. Eu estava firme e me mantinha concentrada para não chorar, não me desesperar, para não morrer junto com ela, só acho que esse último não consegui, pois um galho quando morre faz também morrer uma pouco da árvore que o abriga. E quando morre a árvore? O galho pode sobreviver? Depende se o auxílio ao galho for rápido, se for o galho de uma roseira ela com certeza brotará novamente.
É isso que eu era, o galho de uma roseira linda, que encontrou espinhos ao longo de sua estrutura, mas mesmo assim deu rosas lindas que encantaram nossas vidas. Com a sabedoria de um líder, minha tia rapidamente plantou-me nos olhos verdes de meu pai agora encharcados pela chuva de lágrimas provocadas pela nuvem de tristeza que pousava sobre todos. E assim ele regou-me, com suas lágrimas incessantes que transmitiam a profunda tristeza que sentia por se sentir sozinho, com medo do futuro, da vida como um barco que perde o remo em meio ao mar.
Apesar da tristeza já esperada, algo me surpreendeu naquele momento. Meu irmão, depois de alguns dias de distanciamento simplesmente também se entregou ao choro desesperado que o momento permitia. Aquela cena misturou-me a emoções e as conclusões que até então eu tinha sobre ele. De repente reconheci nele um sentimento de amor que há tempos havia deixado de procurar e que me mostrou que este uma vez plantado mesmo em solo "morto" pode também germinar às vezes de forma tímida, porém aparente.
Isso me intrigou, pois em meio a tanta tristeza, pude sentir um pouco de alegria e percebi que minha mãe buscou a vida inteira por uma coisa que somente conseguiu quando teve quer doar-se totalmente. Pelo menos ela havia conquistado seu objetivo que era o de mostrar ao meu pai que de filho não se desistia nunca, e se esse filho tivesse sido escolhido pelos pais aí mesmo que não se abria mão deles, pois eles tiveram a opção de tê-lo ou não e assumir as responsabilidades de nossas escolhas era preciso. Na vida podemos escolher o que plantamos, porém o que colhemos é estritamente obrigação nossa.
E termino falando das lições que aprendi com minha mãe, minha tia, com a vida que desde muito cedo sempre foi rígida comigo e principalmente com o amor incondicional que um ser humano pode E DEVE ter pelo próximo, mesmo que este não o ame ou não demonstre isso, pois quando plantamos amor, colhemos rosas que podem ter e têm espinhos, mas espinhos quando espetados nos dedos nos dão a certeza de que somos humanos e que sempre teremos qualidades e defeitos. 

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Vida Real - parte 3

Partindo do princípio de que toda ação tem uma reação, mediante aquele esquivamento de meu irmão frente a toda a situação a qual todos nós estávamos enfrentando, minha primeira vontade foi a de virar-lhe as costas e partir de volta para casa onde estava minha mãe, que eu também gostava de chamar de "minha princesinha", e nunca mais voltar lá para vê-lo, pois não conseguia entender como uma criatura conseguia manter-se tão fria diante de uma ocasião tão dolorosa.
Naquele momento respirei fundo e em um último esforço disse com voz firme: "Você tem que ir sim, pois ela pediu para vê-lo e assim será feito". Ele com certeza sentiu meu descontentamento e logo se fez pronto para seguirmos viajem de volta para nossa casa. Lembro bem de minha tia nos dizendo sobre toda a situação que iríamos enfrentar e que deveríamos nos manter firmes, principalmente para ajudar nosso pai, que antes sempre foi tão altivo e decidido, mas agora estava também fragilizado sem seu pilar de sustentação.
À medida que nos aproximávamos de casa, meu coração sentia que a hora da despedida estava próxima, que isso seria uma dor inevitável e além de já esperada, não havia jeito de preparar-se para ela. Meu irmão continuava inerte. Não dizia uma só palavra, parecia estar alheio a tudo e assim foi até nossa chegada em casa.
Quando entramos na porta da sala nos deparamos com nosso pai saindo do quarto onde estava nossa mãe. Por uns longos segundos o silêncio se fez presente e só o que fazíamos era entreolharmos sem saber muito o que dizer. Meu pai não falava com meu irmão desde quando ele o deixou na fazenda, e o clima nesse momento de reencontro ficou um pouco desconcertado, pelo afastamento, pelas palavras ditas, pelas mágoas e pelo descontentamento. Logo minha tia quebrou o silêncio e pediu a meu irmão que cumprimentasse meu pai e também ao meu pai pediu que ele levasse meu irmão até minha mãe.
Quando entramos todos no quarto, meu pai sentou-se ao lado dela na cama e levantando-a carinhosamente disse-lhe mostrando meu irmão: "Aqui está nosso filho". Ela o olhou atentamente como se procurasse nele algum arranhão ou machucado embora já quase não enxergasse mais queria ver a face de meu irmão, mostrando que sua maior preocupação não era o seu próprio estado de saúde, mas sim saber como ele estava. Quando percebeu que nada o havia acontecido de ruim, ela olhou para meu pai e sorriu.  
Minha mãe já não falava, pouco enxergava, também já não andava mais, apenas ouvia e através deste único sentido que restou-lhe eu a mantinha interliga do mundo a sua volta. Virava as noites contando a ela tudo que se passava a sua volta e o que faríamos quando ela melhorasse. Naquele dia fiquei contando a ela sobre como estava à fazenda, sua flores, seus bichos, dizendo que todos sentiam falta dela e que agora nossa família estava junta novamente.
As horas passavam, porém minha angústia não. Tentava não pensar em nada só no momento que estávamos juntas. Sempre acreditei muito em tudo que minha tia dizia, porém daquela vez não queria, não aceitava que poderia ser verdade. Todo mundo podia errar, então ela podia está errada. Pelo menos era o que eu queria.
O dia passou e quando anoiteceu eu percebi que nosso tempo estava acabando. Na verdade eu não sabia mais como reverter aquele quatro e sentada ao lado de minha mãe eu falei: "Princesinha eu estou aqui, e sei que você também estará comigo. Sei que você está cansada e eu também estou, mais se você conseguir aguentar um pouco mais eu também aguento". Até hoje peço perdão a Deus e a ela por tamanho egoísmo.
Quando o dia amanheceu eu percebi que a hora havia chegado. Minha tia organizava a casa e falava baixo com meu pai pelos cantos. Meu irmão parecia desconhecer os acontecimentos e passava as horas dentro do outro quarto. Ele não havia mais se aproximado de nossa mãe, pois dizia não gostar de vê-la daquele jeito. Quando o relógio marcou exatamente 14h00min, minha tia nos chamou e disse a nós três: Peguem uma vela, pois é chegada a hora.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Vida Real - parte 2



Dando continuidade a minha história de vida, de percas, de aprendizado, de derrotas e vitórias identifico nesse momento um sentimento ambíguo: o egoísmo. Diante de tanto sofrimento e dor vivenciados pela minha mãe durante doze anos eu, apesar de não manifestar, não consegui conceber que sendo ainda tão nova e infantil poderia simplesmente perder a pessoa que me colocou no mundo e ainda deveria ensinar-me tantas coisas. Não conseguia entender como existia um Deus, que até minha mãe contava ser tão bom e misericordioso e no entanto deixava uma criança órfão só porque como todo mundo tentava me consolar falando coisas do tipo "Deus precisou dela lá". Tinha tanta gente no mundo sem ocupação nenhuma e Ele precisava logo da minha mãe! E eu?

Bem esse entendimento da hora certa, só me veio após um grande tempo de meditação e estudo sobre os propósitos de Deus na vida das pessoas. Mas como havia contado antes o último pedido dela, tinha sido para rever meu irmão, pois ela o amava com uma intensidade que nem hoje, depois de tantos anos, consigo explicar.

No mesmo dia de seu pedido, minha tia e eu partimos para buscá-lo na fazenda, pois já não havia muito tempo e nós sabíamos disso. No caminho me lembro que ia calada pedindo a Deus (mesmo confusa com relação a Suas vontades) pra que Ele não levasse minha mãe, pois eu cuidaria dela cada vez melhor e pediria para meu irmão também ser melhor, porque eu sabia o quanto precisava dela mesmo que não mais pudesse fazer nada por mim, devido a sua condição.

E a cada quilômetro percorrido também imaginava como poderia ser a vida sem ela, sem sua alegria, sem seus conselhos, sem nossas trocas de cumplicidades. Nós éramos mãe e filha, companheiras, amigas em momentos bons e ruins. Tudo que ela sentia era por mim percebido, e isso é extraordinário porque só convivi com ela um curto período, pois aos meus doze anos ela se foi.

Depois de incansáveis quilómetros chegamos a fazenda onde estava meu irmão e pude notar que se temos um lugar que amamos parece que a natureza em volta senti esse amor e a falta dele também. Minha mãe adorava ir para lá, era um lugar de descanso pra ela. Lá ela fazia coisas simples como cozinhar, plantar suas flores, cuidar de galinhas e todos esses animais. Porém já passará algum tempo desde sua ultima visita e tudo estava triste.

Não sei ao certo se toda essa tristeza estava em meus olhos, ou no local ou ainda se as duas se confundiam em uma espécie de despedida a ela. Os bichos pareciam entender o que havia ido anunciar e as flores pareciam enfrentar rigoroso verão. Nada estava igual, a tristeza se fazia presente na casa quintal e todos os lugares pareciam entender que enfrentaríamos tamanha perca.

Olhei tudo atentamente e vi que realmente não seria fácil aprender a viver sem ela, sem sua alegria, sem seus cuidados. Como alguém que estava ausente se fazia tão presente na própria ausência? Não sabia nem podia mais prever coisa alguma. Senti-me como um filhote tirado da mãe e jogado em meio ao deserto tendo que contar apenas com a própria sorte. Por um momento minha dor foi tão grande que já nem sabia ao certo o que exatamente tinha ido fazer lá. É como se meu espírito tivesse saído de meu corpo e eu tivesse entrado em uma espécie de transe. Fiquei assim por intermináveis segundos e longe pude ouvir quando minha tia chamava meu irmão que vinha caminhando distante com uma ferramenta na mão que não sei dizer qual era. Quando ele se aproximou o que vi foi um corpo magro, branco, mas muito queimado pelo sol, roupas sujas, cabelo grande e um rosto assustado por conta de nossa visita inesperada.

Quando ele se aproximou de nós, minha tia logo foi dizendo que ele fosse se arrumar, pois iria conosco ver nossa mãe que estava doente... Vendo a minha tristeza ele aproximou-se e fazendo de forma que minha tia não ouvisse nossa conversa ele perguntou em voz baixa: "A mãe está muito ruim?" e eu acenei a cabeça e completei dizendo: "É hora de nos despedirmos dela".

Houve curta pausa naquele diálogo secreto, porém jamais poderia imaginar que ela terminasse em uma frase tão desprovida do amor que tinha nos levado até lá: "Eu não quero ir não, não vou resolver o problema".

Continuarei minha história em próximo relato, obrigada pela companhia...

sábado, 8 de janeiro de 2011

Vida Real - parte 1



Tudo que escrevo em algum momento da vida já fez parte do meu cotidiano ou até ainda faz. São experiências de vida que em muito me acrescentam e me fazem perceber que até as situações ruins são na verdade aprendizados sobre o valor que se dá a determinadas coisas.

Bem falando em valor e aprendizado posso dizer que ainda tenho muita coisa pra viver, porém aprendi desde muito cedo que família não significa apenas laços sanguíneos, mas escolhas, cuidado, abstenções e dedicação.

Desde muito cedo, convivi com responsabilidades que fugia ao normal do convencional de uma criança. Minha mãe tinha lúpus, uma doença sem causa nem tratamentos definidos e que tem sintomas ligados mais aos estados emocionais do que aos fisiológicos o que dificultava ainda mais o controle da doença tendo em vista que até uma alegria a mais poderia ser prejudicial a ela, e eu sempre procurei ter muito cuidado com toda a sua fragilidade. Nossa família era composta por ela, meu pai meu irmão e eu, sendo que meu irmão, que também era mais velho, tinha sido adotado a um mês de vida pois minha mãe já havia tentado sem sucesso engravidar e não tinha mais a esperança de ter um filho consaguíneo.

Depois de um ano e alguns meses ela simplesmente engravidou e após meu parto os sintomas começaram a aparecer. Logo que começamos a ir a escola, meu irmão começou a mostrar-se arredio e apenas meu pai o controlava pois era rígido e ele o temia. Porém no passo que os anos passavam ele ficou cada vez mais rebelde e sem controle e isso debilitava minha mãe a cada dia.

Em determinado momento foi contado a ele sua real condição de filho adotado, e minha mãe na esperança de mostrar-lhe quão foi sua sorte de ter sido criado por uma família que o amava pediu-lhe que procurasse ser melhor pois ela já não dispunha de saúde para intervir entre ele e meu pai que já nem conseguia entender o porque de ter cuidado de alguém que parecia odiar-lhes.

Porém nada mudou e aos 13 anos apenas meu pai simplesmente desistiu... No entanto minha mãe apesar de aparentemente mais frágil ainda não havia desistido e pediu ao meu pai que pelo menos o colocasse para trabalhar de braçal em nossa fazenda e para não contrariá-la assim foi feito.

No dia em que meu irmão saiu de casa, profunda tristeza cobriu o olhar de minha mãe que agora longe do filho que ela tinha escolhido para ser seu, só pensava em como juntar novamente a família que ela tanto amava e que um dia em um lindo sonho havia visto como seu refúgio, seu porto seguro.

Dias se passaram e mesmo doente, devido aos acontecimentos, ela decidiu que iria vê-lo e meu pai sem ter como dizer não a levou. Lembro de quando ela chegou em casa me chamou no reservado e com olhos encharcados disse-me como voz trêmula: "seu irmão está magro e com calos nas mãos, seu pai não me deixou dar-lhe dinheiro nem os biscoitos que tanto gosta, mas vou comprar, nem que seja escondido, uma luva para proteger suas mãos que estão machucadas pelos calos."

Eu apenas confirmei com a cabeça, pois nós éramos cúmplices no amor que sentíamos por ele e assim ela fez. Passadas mais algumas semanas minha mãe já não conseguia mais levantar da cama, as refeições eram feitas lé mesmo e o banho tinha o auxílio de meu pai que carinhosamente a levava nos braços para o banheiro para que pudéssemos banhá-la.

Seu estado foi a cada dia piorando e ela já pouco falava, mas conseguia pedir que não deixássemos que ninguém a visse naquele daquele jeito. Ela era muito alegre e em seus momentos de saúde adorava rir, dançar e cozinhar. Logo suspendemos as visitas e só as pessoas de casa tinha acesso a ela. Dentre essas pessoas estava minha tia irmã de meu pai, porém mais parecia mãe de minha mãe, devido a dedicação que ela tinha com todos nós.

Ela é espírita e por isso eu sempre convivi com essa idéia de morte e de vida após a morte, contudo não imaginava, pois acho que isso ninguém imagina, que eu perderia minha mãe. Primeiro porque eu também convivia com a doença dela desde bebê e já havia me acostumado com seus altos e baixos, e segundo porque eu achava que pai e mãe eram criaturas imortais. Até que três dias antes de sua partida, minha tia me chamou fora do quarto (eu já não saiu mais de lá a uma semana, durante o dia e a noite que por sinal eu ficava no chão ao lado da cama juntamente com meu pai, com uma vela na mão pois tínhamos medo de ela precisar de algo e nós não percebermos) e me disse:"Princesa precisamos nos despedir de sua mãe, porque já lutou demais e essa semana ela vai descansar. Mas filha não tenha medo e só chora quando eu chorar"

Quando ela já não tinha mais forças para lutar contra a doença que sem piedade consumiu até mesmo sua voz, ela esperou meu pai chegar do trabalho e acenando com muita dificuldade chamou-lhe para perto dela e em um esforço sobrenatural lhe pediu ao pé de ouvido: "Quero meu filho!". Foi a ultima vez que ela falou.

Continuarei contando essa história que nada mais é do que biografia de minha vida no próximo texto. Obrigada até aqui e, por favor, esperem a continuação...


domingo, 9 de maio de 2010

Amizade verdadeira


Quando se fala em felicidade imediatamente aparace em nossa frente um leque de possibilidades sobre tal palavra que representa a razão principal de nossa existência: sermos felizes. Os vários seguimentos da vida nos levam pela busca da felicidade profissional, amorosa e social. Sempre estamos querendo melhorar ali, mudar aqui, trocar mais adiante.

Quando pensamos em construir felicidade, logo nos remete a algo concreto, duradouro e verdadeiro. Verdade é uma palavra que pode ser ambígua quando se põe em cheque a felicidade. Todo mundo diz que para ser feliz é necessário usar sempre da verdade incondicional, mas isso vale mesmo pra todo mundo? Existem pessoas que necessitam não conhecer a verdade para manterem-se felizes. Embora isso não seja nem de perto garantia de felicidade plena, muitos são os casos que pessoas enganam-se a fim de criar um mundo maravilhoso onde a sua verdade é o que vale e pronto!

E, se por ventura algumém ousar-lhes ameçar seu conto de fadas, jogando-lhes sem piedade uma unica pitada de verdade, é visto como algém infeliz capaz de tudo para destruir a felicidade de tão deslumbrado ser.

Quero chegar, com toda essa especulação, em um raciocínio lógico: Quem é realmente amigo, que diz a verdade ou quem ajuda a construir um castelo de mentiras feito apenas de areia que voa ao enor sinal de vento?

Ha quem prefira a segunda opção, acredite. E quando nos deparamos com tal situação devemos agir da forma mais adquada para não magoarmos quem vive de ilusões. Digo isso por experiências vividas, onde minha proteção foi encarada de forma equivocada. Na ingenuidade de "abrir os olhos", fui interpretada de forma totalmente errada, onde minha proteção foi encarada como rejeição.

O melhor a fazer é deixar a pessoa agir por conta própria, pois assim nem ela se magoa com você, nem você com ela, e quem sabe a amizade dure mais.... Valeu!!!!

sábado, 20 de março de 2010

Filhos x Educação

Olá queridos (as), no texto de hoje gostaria de expressar de forma objetiva todas as minhas impressões sobre tudo que ja vi e li sobre educação familiar . Espero que gostem!!!

Durante algum tempo profissionas de áreas sociais procuram estudar a melhor forma de esducação familiar, onde os pais possam atuar de maneira eficaz para obter o controle de filhos que quando crianças fazem birra por qualquer motivo, quando adolescentes acham que ja conhecem e podem tudo e quando adultos acabam obtando ( em alguns casos) em abandonar quem tanto lhes ofereceu amor e segurança.

Vou começar falando do comportamento dos pais diante dos filhos ainda pequeninos. Quando nasce um filho do sexo masculino, quase todos os pais começam com simples e inocentes brincadeiras do tipo: "Cadê o pintinho das meninas", "Olha filho aquela gatinha ali" ou ainda " Meu filho vai ser macho, pegador" e coisas do gênero. Brincadeiras engraças ou imbecis? Eu mesma respondo: IMBECIS. Todos nós fazemos descobertas ao longo de nossa vida e isso é uma evolução natural de qualquer ser humano. Diante disso é totalmente desnecessário induzir uma inocente criança com certos assuntos que ainda não fazem nem devem fazer parte de suas atuais preocupações. Costumo dizer sempre quando presencio uma atitude boba dessa natureza que não temos o direito, mesmo sendo mães e pais, de tirar a inocência de uma criança!

Outrora porém, quando nasce uma menina a postura dos pais tornasse totalmente contrária ao primeiro caso. A menina é tratada com todos os segredos, cheias de etiquetas e tudo mais que possa inibir sua curiosidade natural. Ai é onde chego ao ponto de dois pesos e duas medidas que pais e mães costumam adotar erroniamente e em muitos casos dentro da mesma familia. Casais com filhos de ambos os sexos onde o filho pode sem problema algum "acediar" meninas de outra familia, enquanto a filha será intocavél por outros meninos que tiveram o mesmo tipo de criação do próprio irmão.

As crianças de hoje, nem em pensamento tem a inocência de outras dos tempo de nossos pais e avós. Sabendo disso devemos nós policiar diante dessa precossidade infantil e cuidar para que certas coisas, que em qualquer tempo da história são ruins, não venham a influenciar de forma negativa a educação dos pequeninos que crescem sempre com a bagagem do que lhes foi ensinado mesmo quando bem jovem, pois é um erro acharmos que tudo que lhes é passado some com o tempo do consciente de cada um.

Quando lidamos com a fase "aborrecência" como é chamada a adolescência, pais e mães passam pela delicada missão de acalmar hormónios aflorados loucos por aveturas. Os homens como sempre com aquela visão privilegiada de quem pode tudo, as "futuras" mulheres com a sensação de serem as próprias "Juliana Pães" cheias de charme com a intuição de que são sempre donas da situação.

Chegam a ser engraçado a comparação de que os problemas crescem junto com os filhos, mas na verdade isso não é uma regra, pelo menos não de pais que procuram educar seus filhos de forma correta. Não digo que existe uma receita a ser seguida, pois lidar com seres humanos requer uma visão subjetiva de cada um. Porém digo que se plantarmos as sementes certas de prudência, respeito consigo e com os outros e liberdade com segurança, poderemos contar com pessoas mais esclarecidas de seus desejos e mais conscientes de suas escolhas.

Por isso pais e mães devem sempre ser cautelosos diante de educação de seus filhos, levando em consideração que servem de espelhos e como tão verão em seus filhos reflexos do que são. Termino dizendo que liberdade na educação é extremamente importante, no entanto pais e mães além de amigos devem continuar exercendo o papel de pais, impondo limites certos nas horas certas e acolhendo de acordo com a situação. Por enquanto é isso...

terça-feira, 9 de março de 2010

FILHOS: BENÇÃO OU CARMA?


Quando vemos um lindo bebê de olhos azuis e cachos loirinhos, desperta em nós imediatamente um instinto de cuidado, de proteção e de carinho, o que é perfeitamente normal e faz até bem para nossa evolução como seres humanos. Junto a isso surge também um sentimento maternal/paternal que nos impulsiona para a concretização desse “repentino desejo aflorado” de também conceber tamanha dádiva de Deus. Quando isso é feito de forma acordada entre ambos – futuros pais e mães – essa experiência cheia de surpresas, na maioria boas, tende a ser um momento de felicidade onde o preparo familiar com certeza estará presente e as dificuldades que surgirem serão superadas de forma mais rápida e consistente. Mas e quando os filhos surgem de forma “acidental”, ou seja, sem planejamento algum e ainda por casais sem nenhum tipo de compromisso sentimental, jovens adolescentes sem nenhum aparato financeiro que lhes assegure as condições necessárias para o cuidado de alguém tão precioso e inofensivo? O que fazer então? A solução na maioria dos casos se dá através da interrupção deste ser tão sedento por vida. E assim acontecem milhares de abortos sem comprometimento algum com a vida nem a morte, com os ensinamentos de Deus e com o respeito ao próprio corpo de quem carrega tamanho tesouro. A gravidez em seu significado puro é sem dúvida um momento muito especial, onde o casal compartilha com Deus a experiência magnífica de dar origem a outra vida. Quando isso acontece em momento precipitado tudo fica mais vulnerável a resultados desastrosos, pois, quando o aborto, por algum motivo, é descartado surgem pais e mães sem preparo para a criação de uma criança que exige cuidado, educação, alimentação adequada e uma família com um mínimo de preparo psicológico. O tempo passa e a cada fase da evolução infantil, o preparo familiar tem que ser cada vez maior no intuito de defender, na forma mais absoluta da palavra, a criança de todos os lados obscuros da vida que só tendem a aumentar na proporção em que elas evoluem. Não é raro ouvirmos nos noticiários violências diversas contra os pequeninos que vão de abandono, maus tratos e até violências realmente brutais. O pior é a realidade mostrada pelas estatísticas que denunciam os familiares e até próprios pais como autores de tais barbaridades. É para essa falta de preparo que devemos nos atentar, pois se levarmos em consideração que somos os principais e únicos responsáveis pela vida desses indefesos anjos, seriamos com certeza mais prudentes ao concebê-los.Por isso se filhos são carmas ou bênçãos, posso responder que são sempre bênçãos, os carmas somos nós quem criamos. Voltarei no próximo texto falando da educação familiar dos anjinhos que Deus nos confia...

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Infidelidade: moda ou desvio de caráter?


Os relacionamentos que vivenciamos nos dias de hoje leva-nos a pensar sobre a veracidade dos sentimentos envolvidos, e nos faz fatalmente chegar uma conclusão lógica: amor virou brincadeira. Digo isso sem medo de retaliações pois, como se foi revelado até mesmo em pesquisas, a taxa de infidelidade nas relações amorosas é realmente assustadora. Isso faz-nos pensar sobre a importância e a disponibilidade de se assumir um compromisso sério e de fazer deste uma relação de respeito mútuo. O fato é que atualmente a infidelidade é um "mal" não mais exclusivo da classe masculina e sim de ambos os sexos, o que dificulta ainda mais as chances de encontrarmos casais fiéis. A questão é que durante muito tempo falava-se da infidelidade masculina e no sofrimento pelo qual as mulheres passavam quando descobriam que seus parceiros não eram exatamente tudo que prometiam ser, hoje no entanto homens e mulheres possuem os mesmo direitos sobre qualquer que seja o assunto, o que sem dúvida foi uma vitória conquistada a "duras penas". No entanto com um mundo tão igual, onde ninguém é de ninguém como ficam todos os sonhos que temos de um vida de paz e felicidade, ao lado de alguém que seria incapaz de nos ferir? A fidelidade independente do sexo é um bem tão precioso, mas que esta cada vez mais sendo esquecido no fervor das relação que acabam baseado-se apenas em sexo. Se fomos analisar de forma realmente crítica em que consiste uma traição teremos a seguinte situação: um dos parceiros procura aventuras fora do relacionamento estável e não encontra nada além do que teria dentro deste (só se considerarmos a possibilidade de a aventura ser realizada com um ser de outro planeta, afinal fisiologicamente somos todos iguais e capazes, em tese, das mesmas façanhas, sejam elas ficar de cabeça para baixo ou pendurar-se no lustre, kkk), corre o risco de ficar sem seu parceiro atual que com certeza passa-lhe alguma segurança e, ainda, dependendo da aventura pode acabar com uma grave doença que lhe tirara o sossego ou até a vida. Se alguém discorda ou acrescenta pode mandar seu comentário. Pois bem, voltando ao assunto posso dizer sem medo de errar que infidelidade realmente virou moda sim, mas para todo aquele que não consegue pensar no que fazer da própria vida e da vida de quem lhe dedica tempo, amor, cuidado e respeito. Nesse caso o senso comum trata a infidelidade como desvio de caratér e é realmente essa a nomenclatura, afinal como se pode conceber que se um indivíduo pode ter sexo em segurança com um parceiro fixo cheio de sentimento e mesmo assim procura tudo isso fora e cheio de riscos? No mínimo é uma pessoa doente por sexo e precisa sim de tratamento URGENTE. Por tudo isso fica a dica: se acha que seu parceiro e você podem melhorar em aspectos íntimos ou mesmo no convívio, conversem, falem sobre como pode ficar melhor e se mesmo assim não tiver solução, aí sim parem e começem de novo com outro alguém, mas sempre tendo comprometimento e responsabilidade com os sentimentos do outro, com os seus próprio e principalmente com seus corpos, pois isso é a única coisa que realmente temos como nosso! Namorem, mas por favor façam tudo pensando na possibilidade de que o fantasma do arrependimento pode aparecer e lhes atormentar caso você perca alguém que realmente ama-lhe de verdade e que você também goste muito e talvez nem saiba... O tempo é de fazer escolhas inteligentes e não seguir uma tendência que pode custar-lhes a felicidade... Pense...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A vida à Dois


Olá! Voltei pra falar de um tema complexo, porém engraçado. Digo isso porque quando conhecemos alguém e nos apaixonamos por este, temos a impressão que quando vemos essa pessoa tudo fica lindo, iluminado, colorido, cheiroso, enfim a vida fica mais bonita. Isso não deixa de ser verdade, o amor nos faz assim mais tolerantes, amáveis e felizes mesmo. Quem nunca viu como um amigo (a) fica com cara de bobo quando esta apaixonado? Isso é muito bom, mas pode clamuflar várias "imperfeições" da pessoa amada, o que não é literalmente um problema, tendo em vista que ninguem é mesmo perfeito. Passado o tempo do encantamento, começa a aparecerem os "defeitinhos" onde se percebe que "ele(a) nem é tão cheiroso(a) assim", "o papo nem tem tanta graça", "ah! e o ronco!", e assim voltamos a ser simplesmente humanos. É exatamente nessa hora que o amor aparece ou não, pois paixão é um sentimento maravilhoso mas que dura apenas o tempo de um sonho bom, isso não quer dizer que quando acaba a paixão temos que partir para outra, não, isso quer dizer que a hora agora é de voltar a usar a cabeça, pois ao contrário do que se imagina o amor é sim racional, pois é nesse momento que vemos a pessoa amada como ela realmente é, e assim decidimos se queremos ou não seguir junto com ela fazendo da vida a dois um ato de companherismo mútuo. É interessante quando se analisa a vida de um casal e percebe-se que apesar dos inúmeros defeitos de ambos, eles se completam, se aceitam, se entendem. Dizem também que os opostos se atraem, mas se observamos não é exatamente assim não, os casais se parecem e se completam! O importante é termos a conciência de que principe encantado e princesa de contos de fada não existem e por isso não devemos esperar por um ser perfeito e iluminado que trará o milagre da felicidade constante em nossa vida. Todo casal, por mais que estejam em sintonia, discutem de vez em quando, isso não constata uma escolha errada de vida ou ainda uma infelicidade permanente, se imaginarmos que discordamos em algum momento até de nossos próprios pais que nós tranformaram no que somos... Eu não estão aqui dizendo que nossos príncipes e princesas fatalmente se tornaram sapos, mas sim que a vida a dois é cheia de surpresas boas e ruins e que esse relacionamento ora ira agradar, ora irá desiludir, no entanto essas "briguinhas" não podem ser fator determinante para o fim. O recado que quero dar é: Não se precipite em momento de descontentamento, pois tudo passa e quando a "poeira" da raiva baixa percebemos que as coisas nem eram tão graves assim. A vida à dois tem seus momentos altos e baixos como qualquer coisa na vida e por isso não devemos terminar um relacionamento por impulso, ou de forma precipitada, não estou com isso dizendo que deveremos engolir tudo, ou aceitar situações que nos diminuam, mas sim de coisinhas pequenas que por orgulho as vezes defendemos. Pensemos no que temos e no que poderemos ter...

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A Importância do Casamento


Nossa sociedade é repleta de tradições e costumes que atravessam o tempo e, embora um pouco enfraquecidos, resistem as mudanças fazendo com que as histórias passadas de mãe para filha, em grande parte dos casos, se repitam. É ai que entra a questão "casamento" com todos os seus rituais e superstições. A maioria dos casais em conversas informais, declaram não se importarem com cerimônias e coisas do tipo. No entanto se falarmos com mulheres separadamente a conversa toma outro rumo. Afinal qual a mulher que não gostaria verdadeiramente de ter seu dia de rainha, com direito a vestido, véu, grinalda, damas de honra e uma igreja inteira somente a sua espera? Mas é nesse sentimento que mora o perigo. Casamento não é apenas uma festa, onde se comemora a união com a pessoa amada. Essa cerimônia, apesar de estar sempre ligada a uma grande festa, é o momento onde as duas partes, homem e mulher, entregam-se um ao outro e juntos pedem a bênção de Deus e também se comprometem com Ele em respeitar-se, amar-se e juntos enfrentarem dificuldades ajudando-se mutuamente. Não falo aqui de nenhuma religião específica e sim de um compromisso entre Deus e nós. O casamento não pode nem deve ser encarado como apenas uma festa, pois o ritual em si exige muita concentração do que foi proposto e na aceitabilidade de quem assume os compromissos. Me atendo a cerimônia religiosa católica, que é a que conheço e a aonde foi realizado meu casamento, posso dizer que a preparação dos noivos começa bem antes da cerimônia em si. Existe um curso, que é dado por casais que são frequentadores da Igreja, direcionado aos noivos onde se aprende muito com a experiência de quem tem muitos anos de casamento e de companheirismo, por que existem casais que estão a anos juntos mas parecem inimigos. Assim descobrimos quais as dificuldades, onde não cometer os mesmos erros, a ser paciente com o outro e principalmente que casamento não se trata de uma brincadeira onde quando se enjoa pára-se de brincar. O que falo aqui não se trata de uma crítica a casais que não são casados em uma Igreja. Falo da impôrtancia de encara-lo como dádiva de Deus. Também não digo que Deus não esteja presente em um casamento que não tenha sido formalizado, o que quero mostrar apenas é a graça que recebemos quando colocamos nosso relacionamento na mãos de Quem mais nos ama. Por isso, seja casado na Igreja ou não, tente descobrir quão é maravilho a convivência a dois com a presença de Deus. Quando achamos o companheirismo no outro, encontramos também a vida de glórias que só o Pai pode nós oferecer!!! Érica essa foi pra vc minha grande amiga, pois foi juntas que descobrimos esse tesouro que foi nossos casamentos.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Sexo x Amor



O mundo conturbado em que vivemos, onde o tempo torna-se cada vez mais precioso e as relações acontecem de maneira cada vez mais rápida e superficial, leva-nos a refletir sobre a qualidade desses relacionamentos e também com qual intensidade acontecem. É nesse contexto em que observamos a quantidade espantosa de casais encarando relacionamentos apenas pelo prazer de fazer sexo. Não estou aqui dizendo que sexo por si só não seja prazeroso, mas acompanhado de amor com certeza faz toda a diferença. Conheço casos de relacionamentos baseados única e exclusivamente nos hormônios sexuais, onde a ebulição destes causam prazer e bem-estar, mas e quando tudo acaba? Sexo faz bem para a saúde, para o humor e até para a pele e cabelos, no entanto quando associado a sensação de continuidade, que é dada pelo amor, torna seus benefícios mais duradouros. Apesar de as mulheres terem alcançado um grau de igualdade perante os homens, várias pesquisas ainda os colocam como os maiores responsáveis pelas relações onde somente está presente o sexo. A preocupação em questão é: as mulheres começaram a encarar isso como algo que faz parte da normalidade. Será mesmo normal fazer sexo sem nenhum tipo de comprometimento emocional? Até quando seremos tratadas apenas como uma boneca inflável que depois do uso é guardada dentro do guarda-roupas. Aposto que todo mundo conhece ou já se deparou com uma dessas bonecas. Amor além de só fazer bem, nos motiva a cuidarmos mais de nós mesma para que o outro encontre em nós além do prazer da carne, companheirismo, alegria de estar junto, de conversas na madrugada sem sono. Isso sim é que faz a companhia valer a pena. Eu sempre costumo de dizer que sexo se encontra em qualquer esquina, e da melhor qualidade, pois existem profissionais especializadas no assunto, kkk... Mas e boa companhia? Só mulheres realmente inteligentes podem dar! E como somos uma legião delas, abaixo ao sexo sem amor, abaixo as mulheres que não cuidam de seu bem mais precioso ( seu próprio corpo) e abaixo aos homem que querem fazer de nós, pessoas muito especiais, apenas um objeto!!! Amiga essa foi inspirada em você...

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Onde foi que eu errei?


As mulheres, após um fracasso amoroso, sempre se perguntam onde erraram, o que deixaram de fazer, de ser, onde poderiam ter melhorado e onde estariam os excessos. Esse tipo de questionamento faz parte do sentimento de incapacidade, de derrota e de fragilidade. Esse tipo de situação não foge ao normal de qualquer história que chega ao fim de forma mais dolorosa, no entanto cabe a nós, mulheres, abandonar essa herança deixada por nossas antepassadas de que somos apenas produtos de nossos companheiros e que se deixamos de agradá-los com certeza faltou sabor em nós. Se compararmos as obrigações diárias de ambos os sexos, perceberemos que o julgado "frágil" sempre possui duplas ou triplas jornadas o que faz de nós mulheres dinâmicas, fortes e polivalentes. Então, partindo deste pressuposto fundamental de força e superioridade, eu lanço a pergunta: De quem mesmo foi a culpa de um relacionamento fracassado? Uma coisa posso garantir de um lado apenas é que não foi. Apesar de estarmos em um blog entitulado "Mulheres Apaixonantes", não nos ocupamos apenas em massacrar a imagem de pobres homens indefesos, mas nos empenhamos em exaltar as inúmeras e incontáveis qualidades femininas, que com certeza se doam bem mais intensamente em tudo que fazem, e não podem serem vistas como responsáveis diretas por vidas separadas. Por isso vai agora um recado para vocês mulheres maravilhosas: "Vocês são mulheres, mães, esposas, trabalham dentro e fora de casa e apesar de tamanha jornada nunca perdem o brilho de serem lindas, competêntes, e por tudo isso, merecem sempre o melhor que a vida pode oferecer-lhes e nunca aceitem menos do que isso, ok!!!!!! beijos e até a próxima....

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Mulheres são complicadas?

A vida feminina é envolta de grandes mudanças comportamentais. Uns acreditam que isso seja o resultado dos terríveis hormônios que variam de acordo com a idade, atividade, alimentação, etc. No entanto isso não pode ser encarado como fator determinante para que esse "sexo frágil" seja visto de forma patológica. A verdade é que mulheres precisam ser ouvidas, observadas e, até por que não, estudadas de forma mais amorosa e detalhista. Generalizar essa classe , é o maior erro cometido pelos inúmeros "machões" que insistem em usar as mesma cantandas, dar os mesmos presentes ( flores e bombons) e usarem sempre o truque do drops de menta na boca achando que isso camuflará um possível mau hálito. O importante é, nós mulheres, sabermos que todo ser humano é complicado e isso não é exclusividade nossa, pobres mortais, que só queremos ser olhadas mais atentamente e com mais amor...